Tratamento de Osteopatia para cefaleias e enxaquecas:

Geralmente a queixa de dor de cabeça é um dos sintomas mais frequentes nos consultórios de Neurologia. Um sintoma frequente na população em geral mas que não deve ser considerado normal. Com a Osteopatia é possível reduzir ou até mesmo eliminar os sintomas de cefaleias e enxaquecas, caso as dores sejam provenientes de questões físicas.

Os tipos de dor de cabeça, cefaleia ou enxaqueca são diferentes.
Por isso o objetivo final será diminuir a dimensão dos sintomas e recorrência das crises através da Osteopatia.

Consulta de Osteopatia
Durante a consulta o osteopata irá analisar a origem dos sintomas de cefaleias e enxaquecas, quais as circunstâncias de aparecimento das dores, onde a dor está localizada, duração dos sintomas, etc.

Tratamento com Osteopata
Com a osteopatia é possível realizar manipulações suaves, indolores e sem perigo para o paciente. O osteopata irá corrigir as disfunções localizadas na coluna cervical em estreita ligação com estruturas nervosas originando dor de cabeça, e ao nível do crânio para aliviar tensões que comprimam as estruturas vasculares e nervos do pescoço.

 

Conheça os principais tipos de cefaleia

Tecnicamente denominada de cefaleia pelos neurologistas, estas dores classificam-se em diferentes subtipos:

Cefaleia Primária – quando não há nenhum problema estrutural, como tumores, aneurismas, anomalias ósseas ou anatômicas, provocando a dor de cabeça, e várias pesquisas demonstram alterações químicas nos organismos das pessoas com este tipo de cefaleia. Exemplos clássicos das cefaleias primárias são a cefaleia tensional e a enxaqueca.

Cefaleia Secundária – são as dores relacionadas a outras causas, como sinusites, distúrbios de articulação temporo-mandibular (ATM), tumores no cérebro, aneurismas cerebrais, meningites, hidrocefalias, sinusites, miopia, AVCs, etc.

Existem outros tipos menos frequentes, como neuralgia do trigêmio, cefaleia em salvas, cefaleia pós-orgásmica, que são dores mais raras e diferentes, bem diferentes das dores que costumamos chamar de “normais”. Aqui, falaremos das cefaleias ditas primárias, que são a enxaqueca e a do tipo tensional, e sua complicação mais temida, que é a transformação em cefaleia crônica diária!!!!

Cefaleia Crônica Diária

Com a técnica de Osteopatia é possível reduzir os sintomas das cefaleias primárias (o tipo mais comum de cefaleia). As cefaleias podem evoluir com piora da frequência e intensidade das crises, chegando a se transformar em cefaleia crônica diária.

Esta condição é caracterizada por sintomas de dor de cabeça quase todo dia, ou, em muitos casos, dores diárias, por longos períodos. Os critérios médicos para caracterizá-la são a ocorrência de cefaleia pelo menos por 15 dias, por um período mínimo de 3 meses.

A cefaleia crônica diária está comumente relacionada também ao uso excessivo de analgésicos orais, em virtude da desinformação dos pacientes, da facilidade com que se tem acesso aos analgésicos em farmácias, e devido à frequente auto-medicação das pessoas.

Abaixo, alguns pontos importantes sobre a cefaleia crônica diária e como lidar com esta condição tão incapacitante.

Frequência da cefaleia crônica diária na população

Cerca de 3 a 5% da população adulta mundial sofre de cefaleia crônica diária, importante o suficiente para causar algum tipo de incapacidade. A cefaleia crônica é a segunda causa mais comum de consulta neurológica ambulatorial, perdendo apenas para os transtornos psiquiátricos, como a depressão e o transtorno de ansiedade.

Os subtipos mais comuns de cefaleia crônica diária são: a enxaqueca transformada, a cefaleia tensional crônica e a hemicrânia contínua. De todos estes tipos, a enxaqueca transformada e cefaleia tensional crônica são as mais prevalentes na população.

Fatores que predispõem os indivíduos a ter cefaleia crônica diária

A concomitância de outros problemas de saúde, como distúrbios reumatológicos ou ortopédicos associados, fibromialgia, síndrome miofascial, artrose ou hérnias de disco, além de fatores como o gênero (sexo feminino),  uso excessivo e indiscriminado de analgésicos, sintomas psiquiátricos, como a depressão e a ansiedade, presença de obesidade ou consumo exagerado de cafeína e derivados, estão entre os fatores predisponentes para o desenvolvimento de cefaleia crônica.

Enxaqueca transformada

É a ocorrência de dores de cabeça em caráter diário ou quase diário (mais de 5 vezes por semana), quando estas começaram de um quadro típico de enxaqueca esporádica. A enxaqueca que se apresentava em crises intensas, mas com intervalos longos sem dor, pode, ao longo do tempo, evoluir com crises mais frequentes, e chegar ao ponto de crises de dor todos os dias.

Muitos pacientes apresentam a dor diária, sem as características típicas associadas ao quadro de enxaqueca (enjôos, vômitos, intolerância à claridade, ruídos e odores). A enxaqueca comum é frequentemente esporádica, ocorre apenas algumas vezes por mês ou algumas vezes por ano, com crises intensas acompanhadas de náuseas ou vômitos, fotofobia e intolerância ao barulho. A enxaqueca transformada é uma cefaleia crônica, ocorrendo quase todos os dias, menos intensa e que não responde aos analgésicos, podendo inclusive ser induzida ou piorar com o uso frequente e crônico de analgésicos.

Sintomas relacionados à cefaleia crônica

É comum ocorrerem queixas associadas de sono de má qualidade, insônia, dores no corpo, irritabilidade, ansiedade, depressão, alterações do apetite e do humor ou queixas gastrointestinais.

Exames Complementares para investigar as cefaleias crônicas

Somente 1% dos pacientes que tem cefaleia crônica com exame neurológico normal vão apresentar algum problema importante na cabeça, e somente 1 em cada 1000 pacientes terá alguma doença tratável cirurgicamente. Portanto, exames de imagem não são necessários na maioria dos pacientes atendidos. Casos em que estes exames podem ser necessários:

  • Cefaleia iniciando após os 50 anos de idade (causas: tumores, arterite temporal).
  • Cefaleia intensa e de início súbito (causas: hemorragia subaracnóide, encefalopatia hipertensiva).
  • Aumento rápido da frequência e da severidade das cefaleias (tumores, outras lesões intracranianas).
  • Cefaleia em pacientes com outras doenças infecciosas ou imunidade baixa (linfoma primário do sistema nervoso, neurotoxoplasmose, meningite criptocócica e outras doenças oportunistas).
  • Cefaleia em pacientes com câncer (metástases meníngeas ou parenquimatosas).
  • Cefaleia de início recente (dias) acompanhada de febre, rigidez do pescoço e confusão mental (causas: meningites, encefalites, abscessos).
  • Presença de secreção nasal purulenta ou sinais de gripe (sinusite)
  • Presença de hipertensão arterial (encefalopatia hipertensiva, AVC isquêmico ou hemorrágico, feocromocitoma).
  • Cefaleia com alterações visuais – embaçamento ou turvação da visão – papiledema no fundo de olho (tumores, neurite óptica, hipertensão intracraniana benigna).
  • Cefaleia com alterações no exame clínico-neurológico
  • Cefaleia após um traumatismo craniano (hematomas, infecções).

Tratamento da cefaleia crônica diária

A medida mais importante: parar de tomar todos os analgésicos. Quando o indivíduo chega ao ponto da cefaleia crônica diária, uma boa parte deles geralmente já andam o tempo todo, no bolso, na sua bolsa, com vários tipos de remédios para a dor, o que indica o fato do uso abusivo destes medicamentos. Este uso indevido leva à perpetuação do ciclo da dor, ou seja, o próprio analgésico gera cada vez mais e mais dor.

Nesta fase, o doente/paciente deverá procurar o auxílio de um neurologista clínico, iniciar o uso da medicação preventiva – diária prescrita, e neste início do tratamento as dores vão piorar, e o paciente terá que aguentar alguns dias, até o medicamento preventivo fazer algum efeito. Detalhe: deverá aguentar a dor SEM TOMAR NENHUM ANALGÉSICO. Concomitantemente, os pacientes devem usar a medicação preventiva de dor, além de procurar fazer atividades físicas, que melhoram os sintomas de dor crônica na maioria dos casos.

Importante: saber que o tratamento desta condição é a médio e longo prazo, no mínimo por 3 a 4 meses, podendo se estender até 12-24 meses, dependendo da gravidade e do tempo de sintomas referidos.

Complicações dos pacientes não tratados ou diagnosticados tardiamente

Piora da qualidade de vida, depressão, ansiedade por achar que tem uma doença grave na cabeça e perda de produtividade no trabalho ou escola. Ou simplesmente passar anos e anos tendo dores de cabeça todos os dias. OU SEJA, viver continuamente com dores de cabeça.

Conselhos principais para os pacientes que sofrem de cefaleia crônica diária:

Parar imediatamente o uso abusivo de analgésicos para a dor.
Procurar URGENTEMENTE um neurologista clínico — para iniciar um tratamento preventivo e eficaz.
Mudar o estilo de vida – prática regular de atividade física, dieta saudável, perda de peso, sono adequado, etc.

** Dra. Maramélia Miranda é neurologista com formação pela UNIFESP-EPM, especializada em AVC e Doppler Transcraniano, editora do blog iNeuro.com.br.